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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Têm que ser bem bordado, Caio!

À dias não acordo com a voz do Caio no pé do meu ouvido... Sinto saudades, sim. Costumávamos conversar à beça. Aliás, costumamos - essa conjugação nos cai bem melhor. Falamos sempre das mesmas coisas: o que sempre me dá um ar de como se fosse a primeira vez. Passa de utopia, eu vos digo. Lembro quando ele escreve que a moçinha é PhD em desilusão amorosa: sempre é sinera demais nas relações e acaba se perdendo. Compreendo. Ela diz que odeia quando o amor se transforma em morbidez: ainda sim, a compreendo. É muito ruim quando o amor se transforma em algo doentio. Sai do controle, essa é que a verdade. Finaliza dizendo o quão é perigoso quando se coloca o coração nas mãos de um outro e pronuncia: "Toma, faz o que quiser!". Agora, já não a compreendo mais. Como é que alguém se desfaz de um coração tão facilmente, Caio? É preciso bordar um pouco as coisas, antes de sair entregando o coração pra qualquer um... E digo mais: têm de ser muito bem bordado, e muito bem feito esse crochê, antes que esse "dangerous" se torne tão maléfico assim. (...) Percebeu, que agora a conversa mudou o rumo, Cainho? Bom, não é? Espero que seja assim... Sempre doce, e bem bordado. Até o próximo encontro. Beijos, beijos com fé!

(Karla Vivianne)

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