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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Inércia infinita

A preguiça me aninhou e mais uma vez me impediu de acordar pro dia, o cheiro de nostalgia pairado no ar, o silêncio transbordado, os raios de sol iluminando meu quarto pequeno (...). Simulei sonolência, me fingi de criança e saciei quase por inteiro a vontade de ficar coberta, encolhida e intacta, monologando. Levantei serena, me espreguicei devagar, banhei meu rosto coberto de sardas, sussurrei os versos de uma canção e fui novamente induzida à minha cama tão receptiva e sedutora, cheia de sonhos e encanto. Gosto de primavera disfarçada, me remete a beijos cadentes, amor manso e abraços aconchegantes; fantasiei como menina boba que ainda acredita em contos de fadas. O coração descobriu-se livre e cheio de novas esperanças, mas não, chega de devaneios e desencontros, tem sol lá fora. Não sei, ainda não identifiquei a cor do dia de hoje, mas deve estar entre branco-nuvem e verde-musgo; e quente, combinando com a minha poesia.

Tainá Facó

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